Tendo visto e lido sobre tanta violência, começo a pensar que a segurança publica é dever de todos nós. Em se tratando de violência contra a mulher (saco de pancada de muitos homens) acho que todas deveriam assim como os homens, se alistarem aos 18 anos, mas não para o serviço militar e sim para um curso de defesa pessoal. Com certeza se todas tivessem um curso assim a violência contra a mulher não teria esses nºs alarmantes que temos hoje.
Certa vez eu estava caminhando na rua com uma amiga e de repente aparece uma mulher gritando: - Pega, pegaaaaa... Ela se referia a uma outra moça que tinha acabado de roubar sua bolsa (em plena luz do dia) e saído correndo. Ela, a ladra, corria livremente no meio da rua e ninguém, absolutamente ninguém impediu a ladra de fugir, inclusive eu que fiquei só observando.Até pensei em bloqueá-la mas meu medo + o medo de uma amiga que me acompanhava me impediram de agir.
As vezes, pessoas roubam de mãos vazias ou só, ou em dupla, ou em grupo e fazem isso em plena luz do dia ou em aglomerações a noite, como na virada cultural onde 5 pessoas ou mais cercam um individuo solitário(a) e numa pressão psicológica cheia de ameaças o forçam a entregar tênis, carteira, bolsa ou oque lhes interessar. Isso falando de assalto besta. Mas tem aqueles de extremo perigo em que o assaltante lhe aponta algum tipo de arma como arma de fogo, faca, estilete, boca de garrafa ou até seringa com sangue.
Mas os assaltos se proliferam porque sabem que não à punição dura o suficiente para o assaltante, principalmente se o mesmo for menor de idade. Só que as pessoas não querem responsabilidades e sim ficar esperando por um super herói que nos salve desse mal, só que isso nunca vai acontecer como nos quadrinhos. O herói pode ser cada um de nós quando assumirmos uma atitude (tolerância zero) contra todo tipo de crime. Tem algumas atitudes que podemos tomar para ajudar a combater a criminalidade.
1º - Denuncie anonimamente a localização daquela biqueira perto de sua casa.
2º - Evite andar de moto sozinho.Chame alguns amigos para saírem e voltarem juntos do trabalho, da escola, da balada. Um mínimo de 3 motos juntas ajuda e muito a evitar assaltos em semáforos e mesmo que isso aconteça, um dos amigos pode perseguir e derrubar a moto roubada. Se o ladrão estiver armado, dificilmente vai conseguir acertar algum tiro tendo que pilotar apavorado e atirar ao mesmo tempo. Preste atenção nos policiais de motos, sempre andam em duplas ou em grupos.
3º - Ao presenciar um assalto não tenha medo de ajudar a vítima, perseguindo discretamente os assaltantes e avisando a polícia sobre a localização dos mesmos. Muitíssimos assaltos não tiveram final feliz graças as pessoas que não tiveram medo e tomaram essa atitude.
Mas porque a polícia prende e a justiça logo solta? Porque as leis brasileiras não são duras o suficiente para pelo menos desencorajar futuros bandidos. Acho que deveria ter pena de morte para bandido reincidente, porque assim, se o bandido cumprisse sua pena e votasse a criminalizar (e isso acontece muito) e voltasse para a prisão, comprovando o crime ele já estaria automaticamente no corredor da morte. Mas sabem porque um bandido sai da prisão e volta pro crime? Porque ele sabe que lá na prisão é uma colonia de férias e ele já sai instruído a criminalizar novamente para pagar a "proteção " que ele teve na prisão, se ele soubesse que poderia morrer caso fosse condenado novamente com certeza ele pensaria 2 vezes antes de votar pro crime. Já sobre a menoridade penal, ainda não sei se sou contra ou a favor. Para um menor que se acha o bam, bam, bam e ainda tem a pachorra de dizer... : - Não vai dar em nada. Uma ótima punição seria que se constasse no atestado de antecedentes, pro resto da vida desse menor, o crime cometido. Assim como a nota baixa que tiramos na escola fica no histórico escolar por toda a nossa vida, assim também deveria ser o crime cometido por um menor.
Temos que ter o pensamento de ajudar a polícia já que a mesma não da conta de conter a criminalidade que cresce dia após dia. Não adianta ficar reclamando, temos que agir, fazer nossa parte para vivermos num mundo melhor.
domingo, 9 de fevereiro de 2014
domingo, 2 de fevereiro de 2014
A representação social da mulher negra nos programas de TV: do estereótipo à sexualizaçã
Novembro Negro. Semana da Consciência Negra. Esse foi o advento que originou esse post. Esse texto é uma versão revista e ampliada de uma palestra proferida por mim no dia 13 de novembro de 2013,na abertura da Semana da Consciência Negra da Escola Municipal da P....
Imagino que a resposta das mulheres pretas que lerão esse post será negativa. Não. Eu não me identifico com essa imagem. Ou, não. Eu não sou o que vejo na imagem. Pois bem, é com essa enquete que levantarei alguns pontos pertinentes à representação social da mulher negra nos programas da televisão brasileira. Para tanto, farei uma breve digressão ao nosso passado escravista, a fim de compor o cabedal teórico suficiente para coadunar os pontos do que será apresentado adiante.
O Brasil viveu mais de trezentos anos, mais precisamente, trezentos e cinquenta oito anos de regime escravista negroafricana. A historiografia nos diz que homens, mulheres e crianças foram sequestradas de várias regiões de África e trazidas para o Brasil, a fim de servir o sistema comercial e exploratório que a escravidão perpetuou.
Mulheres africanas que aqui aportaram vilmente tiveram sua força de trabalho explorada, sua cultura expropriada, e sua sexualidade abusada.
Para atender as necessidades do regime em que foram postas, negras escravizadas desde muito cedo foram forçadas a trabalhar para garantir o conforto das mulheres brancas portuguesas – sinhás –, lavando, passando, cozinhando, cuidando dos filhos e servindo de ganhadeira (escrava de ganho; executavam atividades remuneradas, e entregavam a...). E não somente isso, a escravizada também “servia” sexualmente ao seu senhor, que, por ser propriedade, era lhe dado o uso que fosse julgado conveniente, inclusive o de ser estuprada para satisfazer os impulsos sexuais dos senhores de engenho. E ainda há quem diga que as relações entre senhores brancos e escravizadas negras foram consensuais.
Para além da simples satisfação das taras sexuais dos senhores de engenho, dos filhos e dos cupinchas destes, muitas dessas mulheres eram engravidadas para gerar leite e servir de ama de leite aos filhos das sinhás, e seus filhos servirem de mão de obra escravizada para seu senhor. Ou seja, além de estupradas, seus filhos eram-lhe tirados do colo para servir de mercadoria, e produzir riqueza com sua força de trabalho. Ser escravizada a extrai do status de pessoa humana, e a condiciona ao papel social da bestial.
Ou seja, a violência sexual não era só uma questão de sadismo senhorial. Era uma prática inserida na ordem econômica da época.
Diante de todos esses destratos sociais pelos quais passavam as mulheres negras escravizadas durante os trezentos e cinquenta e oito anos de escravidão negroafricana no Brasil, o reforço à desintegração de sua identidade continua sendo veementemente incorporado no tecido da sociedade brasileira, e se ancora nas estruturas sociais que preconizam sua inferioridade.
No avançar dos anos, a concepção de mulher negra construída pela escravidão a confere toda sorte de desprezo e desmazelo estrutural. E por conta disso, toda sorte de preconceitos e discriminações nos são lançadas.
As heranças escravistas deixaram marcas tão densas quanto as marcas de ferro nos seus corpos que as identificavam com as iniciais dos nomes da família que pertenciam.
Deste modo, o preconceito contra a mulher negra a restringe aos porões sociais mais profundos, lhe dizendo que: sua força de trabalho é maior, e assim pode ser explorada (“as negras são fortes”); seu tipo físico não é o padrão ou o desejável, e suas características físicas se tornam motivo de piada, e então é degenerada; és produto de consumo, o que remete a imagem da mulher como fonte de sexo fácil.
Perante o exposto, a mulher negra ocupa o mais baixo nível da escala social. E isso se dá nos postos de trabalho, nas relações matrimoniais – prova disso é a clarividente escolha dos jogadores de futebol, não só eles, às mulheres brancas para constituir relação afetiva matrimonial –, nas peças publicitárias, nos programas de TV (ver A Negação do Brasil), nos espaços de poder, e tantos outros que seu acesso é restringido.
É com base nesse espectro que as grandes mídias reorganizam esses destratos sociais, e aloja-os no mote dos estereótipos. Nessa linha, a representação social da mulher negra ampara-se no esteio dos resquícios escravistas presentes na nossa sociedade.
Nas peças publicitárias, isto se faz notório nas imagens abaixo:
“É pelo corpo que se conhece a verdadeira negra”. Essa é a mensagem que a Brasil Kirin Indústria de Bebidas S.A., detentora do logotipo da cerveja Devassa nos diz. Que a mulher negra é identificada pela suntuosidade do seu corpo, que reiteradamente é remetida à fonte de sexo fácil.
A mulata faceira, que tem o molejo na cintura e exala o “cheiro exótico” para conquista de um bom homem.
As reminiscências do passado escravista vêm à tona numa peça publicitária de uma cerveja, o que nos mostra que a condição atual da mulher negra não sofreu um avanço positivo a ponto de reverter seu sentido representativo nos espaços públicos.
Sua sexualização se dá no sentido de conceder ao outro o direito de usufruir dos plenos poderes de usar e abusar do seu corpo como uma propriedade, e assim incidir nos pressupostos defendidos por Freyre (2006) quando definiu a serventia sexual da escravizada: (…) “Da que nos iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama-de-vento, a primeira sensação completa de homem”.
Afinal de contas, como bem cantarolou Joaquim Silvério de Castro Barbosa, na marchinha de carnaval “O teu cabelo não nega”, sucesso do carnaval de 1932: “O teu cabelo não nega, mulata/Porque és mulata na cor/Mas como a cor não pega, mulata/Mulata eu quero o teu amor”.
Adiante, o grupo Bombril, numa campanha que visava “valorizar a mulher”, presenteou-nos com a peça “Mulheres que brilham”, e utilizou como imagem o estereótipo da mulher negra, e o seu cabelo crespo associado à lã de aço que vende no mercado.
Tão acintosa quanto a peça publicitária é tirar-nos o direito de reconhecimento de nossa identidade para aceitação e construção da autoestima da mulher negra que é tão destruída.
Afrontar-nos de modo tão vil. Essa foi a intenção do grupo Bombril ao criar a peça num país que é o segundo maior consumidor de cosméticos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Pois os padrões de beleza construídos aqui nos diz que temos de ser branca, ter cabelos lisos e sedosos. Tão logo, ter cabelo crespo não significa estar dentro do padrão de beleza exigido.
Mas não foi só esse grupo que afirmou isso num comercial. A marca Dove também deu suas tacadas na divulgação de mais um produto da sua linha de cosméticos amplamente comercializados no mundo.

Na imagem exibida acima, a marca Dove afirma que seu produto detém o poder de deixar sua pele linda e macia. Na imagem uma mulher negra é utilizada para representar o antes, e a mulher branca o depois do produto. E no fundo da tela, duas superfícies que representam a pele antes e após o uso do produto (áspera e lisa).
Creio que não há forma mais explícita de subjugar a mulher negra como não-ideal, pois no sentido em que se toca, esta tem a pele áspera, escura e indesejável podendo ser comparada a uma lixa de construção. Em contraproposta, a mulher branca é símbolo da beleza ideal. Pele lisa, clara, quase um porcelanato de tão liso e espelhado que ele possa transparecer. Essa peça publicitária só contribui para reforçar a imagem da mulher negra como “antimusas da sociedade”, como disse Sueli Carneiro.
A ordem social que vigora não só infere, mas remete a todo o momento que a mulher negra está sujeita a qualquer valoração que lhe possa ser feita.
A ordem social que vigora não só infere, mas remete a todo o momento que a mulher negra está sujeita a qualquer valoração que lhe possa ser feita.
Sua condição de usufruto perpetua uma série de barbáries e atentados violentos, e isso nos mostra quão vil sua imagem foi incutida no imaginário popular, e tem ajudado a fomentar toda má sorte que lhe é lançada.
O desprezo, o despropósito e o descaso com que são tratadas as achacam no pré-sal da dignidade humana.
* * *
A imagem que segue abaixo compõe a seara do que tomamos como humor racista. Para tanto, me utilizarei dos programas de TV, que tem se constituído um solo fértil no que tange às construções negativas da mulher negra.
Julgo a imagem acima clássica por exibir Billy Van, personagem interpretado pelo “humorista” William H. West (1853-1902), um ícone norteamericano que representava o blackface nos espetáculos de Minstrel Show no início dos anos de 1900 nos EUA, associado a imagem de Rodrigo Sant’anna que representa a personagem Adelaide em 2013.
Temos aí mais um reforço ao estereótipo negativo construído acerca da mulher negra no Brasil.
Adiante, temos a representação negra feminina como símbolo do exagero, da macaca de circo representada por Priscila Marinho, na personagem “gentilmente” apelidada de “Chocotona”, na novela Aquele Beijo, de autoria de Miguel Falabella (o mesmo que adorava esculachar os costumes da pobreza no Sai de Baixo através do seu alter-ego Caco Antibes), exibida pela Rede Globo nos idos de 2011/2012.
Em sequência, temos a negra servil, que se ajoelha e pede perdão e leva um tapa da sinhá, na cena que foi ao ar em 20 de novembro de 2010, em mais uma novela Global, Viver a Vida. Um tapa na cara do Movimento Negro, na data em que se comemora o Dia da Consciência Negra.
Para além da ridicularização da mulher negra na figura da Chocotona, ou da servidão de Helena, interpretada por Taís Araújo, há também a hipersexualização da Globeleza, a mulata suntuosa de todos os carnavais que a emissora transmite. Ou ainda, as musas do carnaval exibidas no Caldeirão do Huck.
O que me causa estranheza, é o fato de que mulheres negras antes tidas como antimusas, ganham notoriedade no carnaval e passam a ser musas, e tem sua sexualidade exacerbada pela mídia.
A TV brasileira, de fato, tem se especializado em arremessar a mulher negra nos mais improváveis valões sociais existentes, e concomitantemente reforça sua hipersexualização na figura da mulata rebolativa dos eventos carnavalescos.
Quem não se lembra do “Pi pi pi pi pi, olha o recalque!”, de Maria Vanúbia, interpretada por Roberta Rodrigues, na novela Salve Jorge, ano passado? A mulata faceira que tomava banho de sol na laje e fazia a alegria da vizinhança?
As desfigurações da mulher negra nos espaços de mídia no Brasil se dão no mais amplo leque a que possa se estender o racismo sem ódio.
As nuances do racismo se fazem presentes em diversas plataformas de comunicação. E como diz que a vida imita a arte, a estrutura racial na qual está dividia o país não deixa de ser representada nos programas de TV, nas peças publicitárias ou qualquer outro espaço inserido no seio da sociedade, pois o racismo se perfaz do arcabouço sistêmico social – precedente histórico escravista – para agir de modo contundente e dissimulado.
Na imagem abaixo temos mais um reforço ao estereótipo negativo à mulher negra transfigurado em modelos que usam peruca de lã de aço num desfile de moda organizado por Ronaldo Fraga. O renomado estilista com a pretensão de fazer uma “singela” homenagem à cultura negra põe perucas de lã de aço nas modelos.
Devo pensar. Se ele queria mesmo homenagear a cultura negra, por que não fazer um desfile com temas da cultura negra ou com modelos exclusivamente negras? Fica a dúvida.
Quem não se lembra da polêmica em torno da marca Cadiveu, que exibiu cartazes com fotos de pessoas de peruca black, e a seguinte frase: “Eu preciso de Cadiveu”?
Por que precisaríamos de Cadiveu para alisar nossos cabelos quando na verdade o que queremos é ser respeitada como somos: mulheres negras, de cabelos crespos e volumosos?
Mas devo dizer que na tentativa de contrariar o que é dito, algumas mulheres seguem na contramão do preconceito e mostram que é possível reverter o cenário atual no que tange a representação social da mulher negra.
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