É como se todo negro fosse pobre, miserável e analfabeto. O pior é que os próprios negros assimilam esse tipo de imagem e discurso aceitando tudo isso como se fosse a coisa mais normal do mundo. Mas não é. Já quando se fala em dinheiro, família perfeita e abastada logo se coloca imagens de pessoas de outro cor. Tudo isso transmite uma mensagem, a mensagem de que tudo de mal e ruim pertence aos negros, sabemos que isso não é verdade, mas tem funcionado como se fosse. Muitos negros se dispõem a lutar por direitos dos negros, mas os negros já tem seus direitos assegurado pela constituição. Então, que direitos são esses por que lutam? Lutam por esmolas dizendo que é por direitos, eles próprios ainda não entenderam que esmolar não é conquistar e o tipo de conscientização que pregam não tem funcionado como se espera.
É preciso sacudir geral, parar com essa estória de mãe Africa, que todo negro tem que ser do candomblé porque é tradição, que o ritmo musical dos negros é o samba... Porque o tempo que os negros mais tem destaque na televisão é em época de carnaval, mas uma parcela expressiva dos brasileiros gosta muito do carnaval, independente da cor da pele, região ou religião. Em tempo de carnaval se entrevista negro a torto e a direita, já no rock in rio ou lolapaloza as entrevistas mudam de cor; porque isso? Porque no Brasil hà uma divisão étnica racial sempre incentivada por palavras como (afro-descendente), (mãe Africa), (negro não é cor é raça) e outras por aí afora. Hora, há outros países no continente africano que não são majoritariamente negros e com certeza não se referem ao seu continente de origem como mãe Africa e nem se denominam afro-descendentes e muito menos se dizem ser de determinada raça. (Quem é classificado por raça são os animais). Creio eu, que quem primeiro classificou o negro como sendo de uma raça específica, foram os comerciantes de escravos, por achar os negros tão insignificantes que os comparavam com certos animais, comparação que infelizmente é feita até os dias de hoje. Por isso não aceito em hipótese alguma um negro se referir a sí mesmo por minha raça isso, minha raça aquilo, só é permitido o raçudo, essa palavra sim tem uma conotação totalmente diferente.
E por que sou contra o tal mãe Africa? Sou contra por entender que negros nascidos no Brasil são brasileiros e o único laço com a Africa é a semelhante cor da pele e nada mais. O negro Brasileiro é diferente culturalmente, linguajarmente, economicamente e religiosamente do negro africano.
Não quero com isso desmerecer a luta de muitos por não se deixar esquecer os séculos de escravidão.
Mas esse tempo já passou e estamos no século 21. Se os judeus tivessem ficado chorando, esperando a boa vontade dos outros, esperando esmolas após os 400 anos de escravidão no Egito e após os anos de holocausto sofrido na segunda guerra, boa parte deles ainda teriam seus direitos ceifados até hoje. Mas não foi isso oque aconteceu. Eles levantaram a cabeça, tocaram o barco e depois de um tempo se transformaram em pessoas prósperas e respeitadas. E se os japoneses tivessem ficado chorando e esperando reparação pela destruição de Hiroshima e Nagasaki? Muito pelo contrario, arregaçaram as mangas e deram a volta por cima.
O que chama à atenção nesses dois casos é o fato de dois povos tão distintos superarem o passado sem esquece-lo. Se o negro de hoje ainda é discriminado é por que ainda não aprendeu a superar o passado sem esquece-lo, sem impor-se intelectual e financeiramente, Se assumir como cidadão capaz, por insistir em um discurso derrotista e retrógrado e por que ainda fica esperando as benécias do senhorio.
O discurso de que o branco é culpado por todo o sofrimento no passado não funciona no Brasil. Não funciona porque o Brasil é um país multirracial, onde brancos e negros compartilham a mesma família, então o preconceito não é pela cor e sim pela condição social. Como eu já havia dito antes, o negro é sempre associado a pobreza. Então, quem são os preconceituosos? São os da elite, seja ele branco ou preto; prova disso é que negro rico dificilmente casa com negra e sim com brancas e loiras (de preferencia).
Entendo que se use esse termo pelo fato dos escravizadores no passado serem todos brancos, mesmo alguns estudos apontarem que negros no continente africano, capturavam outros negros e os vendiam aos mercadores de escravos que eram todos europeus. Por isso sugiro trocar o termo escravizador branco por escravizador europeu. Porquê foram os europeus que acostumados a escravizar pessoas desde o império romano decidiram escravizar sociedades inteiras, considerado por eles, não civilizadas.
No Estados Unidos, na Europa, no Japão e em países onde a divisão familiar por sangue e cor é bem mais definida do que no Brasil, é muito fácil discursar contra brancos. Mas como já disse antes, aqui no Brasil, onde o nosso sangue não é tão puro assim, onde há uma mistureba danada entre preto, branco, índio, europeu, japonês etc, etc, etc..., onde chamar um branco de racista é condenar um homem branco casado com mulher negra ou vice-versa ou pais brancos de filhos negros e vice-versa. Viu como no Brasil esse discurso não da muito certo?
Outro dia participei de uma roda de discussão no NCN (núcleo de consciência negra (USP) onde uma das pessoas que compunham a mesa era um branca e tinha também outro rapaz que apesar do cabelo drad tava mais pra branco que pra preto. Porque aí sim, passando a chamar de escravizador o europeu, a dinâmica do discurso fica muito mais forte no Brasil e mais aceitável também.
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